terça-feira, janeiro 09, 2007

O MEU REINO POR UM CARIL

Tenho uma paixão secreta pela Índia. Só a revelei uma vez, aos quinze anos, ao meu pai, que me deu com um cinto (porque não gostava de monhés) e de seguida deitou fora os mapas da índia e o poster desdobrável do Templo de Sri Padmanabhaswamy, em Thiruvananthapuram, em Maio...depois de uma chuvada...com pequenas gotas de água tremelicando suspensas nas pontas do telhado...que eu tinha escondido debaixo do colchão. Tal como as moscas de grande porte sempre me senti atraído por esse país exótico. Tudo isto, como desculpa, para recuperar uma ideia. Nos últimos anos os indianos começaram a evitar ter filhas devido ao dote pago pela família da noiva à família do noivo. Esta prática tem vindo a causar graves problemas. Existem aldeias onde a população de jovens é constituída por 80% de indivíduos do sexo masculino. É chocante! É como se a misteriosa Índia se tivesse transformado numa daquelas festas de adolescente que eu dava na minha garagem (mas com menos comida). O problema é tão grave que até o mestre sagrado Mahata Guandivir, depois de seis anos de silêncio (operação aos adenóides que correu mal), veio a público dizer: "A situação é dramática. Ou começam a aparecer mais gajas ou o melhor é acabar com o hábito do caril. Assim é que não se aguenta!